Fissura labiopalatina? Falando assim, muita gente não reconhece o termo. Possivelmente, você nunca se atentou às palavras ditas assim, mas vamos facilitar e dar um empurrãozinho na sua memória: a fissura labiopalatina é popularmente conhecida como lábio leporino. Agora fez mais sentido, né?!
A fissura labiopalatina é uma malformação congênita, ou seja, ela está presente desde o nascimento, mesmo que já possa ser diagnosticada ainda durante a gestação, a partir da 14ª semana, através do exame de ultrassonografia.
O Que Causa a Fissura Labiopalatina?
Compreender os fatores que levam ao lábio leporino não é uma tarefa fácil e clara. Diversas falhas durante a concepção e gravidez do feto podem impactar no desenvolvimento do embrião e resultar na anomalia, incluindo o estresse, tabagismo e alcoolismo, uso de determinados medicamentos – como anticonvulsivantes e corticóides -, exposição à radiação e produtos químicos agrícolas, deficiência nutricional, entre outros.
Segundo estudos, uma a cada mil crianças nascidas no Brasil nascem portadoras da malformação, sofrendo influência de fatores genéticos, ambientais e socioeconômicos ainda não concluídos.
Como Afeta a Vida do Paciente?
Em seu caráter estético, a fissura labiopalatina pode aparecer como uma fenda no lábio, que atinge ou não o nariz e a arcada dentária, atingir apenas o céu da boca, o palato, ou simultaneamente, o palato e lábio
Além disso, os impactos funcional e social são notados desde o princípio, uma vez que influem como dificuldades respiratórias, de fala e audição, infecções, má nutrição e até problemas durante a formação da arcada dentária. No aspecto social, dificuldades emocionais, de autoestima e sociabilidade são percebidos.
Quais os Tratamentos Indicados?
As tentativas para gerar o melhor resultado e qualidade de vida para o paciente começam logo após o nascimento e tendem a ser longas.
Indicações para a primeira cirurgia, em geral, permeiam entre os três e 12 meses de idade, com foco na reparação do lábio e palato.
Somado a isso, o acompanhamento desde o nascimento até a fase adulta, das áreas de cirurgia plástica, fonoaudiologia e odontologia é imprescindível, além do apoio de otorrinolaringologistas, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e nutrólogos, fisioterapeutas e até assistentes sociais.
Outros especialistas acionados para o tratamento são o cirurgião-dentista e o ortodontista, que participam da reabilitação ativamente a fim de colaborar para preservação da estrutura da arcada dentária, um bom processo de mastigação e, no momento certo, a estética do sorriso tão aguardado.
A Rotina do Portador de Fissura Labiopalatina
Após cirurgias e todo acompanhamento pós-cirúrgico, a recuperação de crianças e adolescentes com lábio leporino parte para uma maior atenção à fase social. Isso inclui o dia a dia no colégio, a troca de palavras a partir de um atendimento com fonoaudiólogos e uma nova inserção e maior participação em eventos e atividades, por exemplo.
Aos poucos, todos os setores da vida vão ganhando mais espaço e sendo preenchidos com aprendizados e trocas.
Um fator que vale ser lembrado é que a OMS, Organização Mundial da Saúde, já definiu a fissura labiopalatina como um dos maiores problemas relacionados à saúde bucal, uma vez as cirurgias podem influenciar em alterações que dificultam a higiene oral correta, por exemplo. Por isso, é sempre importante que um adulto esteja por perto para explicar e motivar principalmente as crianças sobre esses momentos de escovação e cuidado bucal.
Assim como o cuidado bucal, a orientação médica e clínica dos profissionais segue com sua importância e recorrente intervenção para o melhor cenário de vida do paciente.
Uma equipe de profissionais dedicados e competentes é um dos principais pilares para que tudo corra bem e se desenvolva como o esperado.